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Na data em que se comemoraram os 150 anos da Abolição da Pena de Morte em Portugal, a 1 de julho, o MMIPO - Museu e Igreja da Misericórdia do Porto, o Centro Português de Fotografia e a Escola Superior Artística do Porto organizaram um percurso pedestre através dos espaços que evocam a memória dos sentenciados à morte na cidade do Porto.
Este percurso passou pela Cadeia da Relação onde foram lembradas as ajudas providenciadas pela Misericórdia do Porto aos presos, assim como o funcionamento do próprio estabelecimento prisional. A paragem seguinte deu-se nos Clérigos, onde, em tempos, existiu o "campo das malvas", local onde muitos condenados à morte eram enterrados.
Já na Praça da Liberdade, uma encenação da responsabilidade do Curso de Teatro da ESAP trouxe ao presente personagens ligadas à temática, mormente a figura do enforcado e a lembrança dos 12 liberais, Mártires da Liberdade.
No MMIPO, a cerca de meia centena de pessoas que se juntaram a este evento puderam apreciar a Bandeira Processional dos Condenados, do ano de 1613, pintada a óleo sobre tela. Esta bandeira, que de um lado representa um condenado masculino e do outro um feminino, acompanhava os sentenciados até ao local da sua execução, representando o apoio espiritual prestado pela Misericórdia do Porto.
Esta evocação, que foi assinalada em vários locais do país, torna-se ainda mais importante na medida em que Portugal foi um dos primeiros Estados soberanos a abolir a pena de morte, no já longínquo ano de 1867.