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O livro Economia Social em Portugal - Necessidades, perspectivas e fontes de financiamento foi lançado no dia 22 de fevereiro, num dos novos espaços nobres da cidade, propriedade da Misericórdia do Porto. A obra pretende contribuir para a promoção de recursos e novas politicas, repensados e orientados para soluções inovadoras ao serviço do atual quadro económico e social.
António Tavares, Provedor da SCMP, abriu a sessão de apresentação referindo que, para a Misericórdia do Porto, - considerada uma das maiores organizações da economia social portuguesa - , é ponto de honra refletir sobre as questões da economia social, que já entraram definitivamente na agenda política e em todas as áreas a ela conexas. Agostinho Branquinho, membro da Comissão Executiva da Misericórdia do Porto e autor do prefácio da obra, referiu que há cerca de dois anos auxiliou na recolha de dados, fruto das funções que na altura exercia, e destacou que este livro é uma obra de "excelência", com real utilidade, nomeadamente para as instituições do setor social, visto que agrega um conjunto de informações de extrema relevância, que usualmente se apresentam de forma dispersa ou pouco acessível.
Paulo Rangel, eurodeputado e vice-presidente do PPE - Partido Popular Europeu, foi o responsável pela apresentação da obra. Para o eurodeputado "a economia social é uma amostra do que vai ser a sociedade do futuro, muito mais complexa e a funcionar cada vez mais em rede". Por outro lado, Paulo Rangel assinalou a falta de profissionalização como uma das fragilidades das instituições sociais, acrescentando que "esta lacuna cria ainda muitos entraves ao nível do financiamento, uma vez que a formalidade e a certificação são hoje condições essenciais para o funcionamento do sistema, às quais o assistencialismo mais espontâneo não é capaz de chegar". O eurodeputado terminou a sua intervenção conotando o setor com "a sustentável leveza da economia social".
José Manuel Fernandes referiu na sua intervenção que não foi da obra, mas sim o seu coordenador, reconhecendo o papel de todos os que contribuíram para a concretização do projeto. José Manuel Fernandes diz ainda que "este livro tem como principal objetivo provocar, no sentido de, informando, concretizar investimento".
Durante a sessão de lançamento que teve lugar no Auditório D Pedro IV, do Centro Corporativo da Misericórdia do Porto, Carlos Moedas, Comissário Europeu, encerrou o painel de oradores lembrando que "a inovação é uma arma de grande poder para mudar o mundo, sobretudo quando falamos de inovação social. A inovação social é algo que é novo e útil, ou seja, são as ideias novas que funcionam e que criam valor social". Carlos Moedas defendeu ainda que, na sua opinião, existem 3 pontos fundamentais para a próxima década: a área digital, a centralidade na pessoa e o investimento, "O digital está a transformar o mundo e permite-nos criar produtos mais baratos, em maior escala e com mais qualidade. Também a centralidade na pessoa, em que o utilizador é o criador da inovação, tem hoje um valor mais acentuado na inovação social. Do ponto de vista do investimento podemos falar de um tipo mais justo. O mundo dos mercados está a mudar por força das pessoas e o que necessitamos, cada vez mais, na Europa, é de 'Capital de Paciência', que saiba esperar por esta inovação. E nesse sentido, a Comissão Europeia está a trabalhar no fundo especial para isso", concluiu.
No final da sessão os presentes foram brindados com uma sessão de autógrafos do livro por José Manuel Fernandes. A obra contempla cerca de 251 páginas e agrega uma compilação de textos de diferentes autores.
