Exposição Gabinete Fotográfico do Hospital Conde de Ferreira - Notícias - Santa Casa da Misericórdia do Porto

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Exposição Gabinete Fotográfico do Hospital Conde de Ferreira
⌚ 23.03.2017
A representação da doença mental na fotografia

Foi inaugurada no dia 24 de março, no CHCF - Centro Hospitalar Conde de Ferreira, a Exposição Gabinete Fotográfico do Hospital Conde de Ferreira | A representação da doença mental na fotografia. Esta exposição insere-se nas comemorações do 134.º aniversário do CHCF e estará patente até ao dia 24 de abril.

O gabinete fotográfico do Hospital Conde de Ferreira foi criado entre 1888-1889, isto é, cinco anos após a inauguração do hospital (1883). Este era um recurso aceite e utilizado em hospitais psiquiátricos, dada a sua importância no estudo da patologia mental e que o Hospital do Conde de Ferreira, na senda da modernidade psiquiátrica de finais do século XIX, também implantou. 

A amostra apresentada nesta exposição faz parte de um conjunto de cerca de 90 negativos, provavelmente produzidos na década de 1920, que têm extraordinário valor histórico e científico e permitem recuperar parte da história do hospital e da psiquiatria portuguesa. 

António de Souza Magalhães Lemos, neuropsiquiatra e diretor do Hospital a partir de 1910 até meados da década de 1920, foi um dos que mais se interessou na aplicação prática da fotografia no estudo da doença mental. Magalhães Lemos mantinha uma relação estreita com o Hospital de La Salpêtrière, em Paris, e publicou artigos sobre casos clínicos em várias revistas, entre elas, na famosa Nouvelle Iconographie Photographique de La Salpêtrière. Um dos artigos destacados é o dedicado ao famoso gigante José Lopes, um caso de gigantismo, infantilismo e acromegalia, com imagens deste doente tiradas no gabinete fotográfico do hospital.  

Por outro lado, a fotografia dos utentes também foi usada como medida de identificação: no momento da admissão os doentes eram fotografados e a fotografia era colada no processo clínico.

Na amostra de fotografias patentes nesta exposição aparecem, entre outros, casos de histeria, sinais neurológicos, quadros psiquiátricos identificados nos próprios negativos (melancolia ansiosa crónica) e outros não identificados, assim como quadros dermatológicos. Duas fotografias mostram actividades desenvolvidas no laboratório de anatomia patológica: um cadáver na mesa de autopsias e o cérebro de um doente antes de proceder ao exame anatomopatológico.

Desconhecemos quanto tempo permaneceu ativo o gabinete fotográfico, mas podemos concluir que continuou durante a década de 1930, como é visível no livro de Alberto Brochado sobre o coma insulínico, que conta com inúmeras fotografias tiradas no hospital.


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