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Em 1891, a contestação à Monarquia era crescente.
No Porto, o levantamento militar que teve lugar no dia 31 de janeiro é considerado a primeira tentativa de implantação da República.
Apesar do fracasso, a Revolta do Porto, que também ficou conhecida como "Revolta dos Sargentos", é relembrada anualmente.
O Provedor da Misericórdia do Porto, António Tavares, marcou presença na sessão evocativa que assinalou os 132 anos do levantamento militar.
A cerimónia decorreu, como tradicionalmente, no Cemitério do Prado do Repouso.
Para António Tavares, um dos exemplos deixados pelos revoltosos foi o de que "vale a pena fazer política pelos ideais, participar no futuro coletivo de forma desinteressada".
"Só conseguimos estar na política se tivermos caráter, se soubermos assumir as nossas posições, lutar por elas e conseguir fazê-las vencer", acrescentou o Provedor.
HÁ HISTÓRIA...
A 31 de janeiro de 1891, sargentos de vários regimentos de infantaria, assim como da guarda-fiscal, iniciaram um levantamento militar no Campo de Santo Ovídio, atual Praça da República.
Os revoltosos dirigiram-se depois ao edifício da Câmara Municipal do Porto, onde Alves da Veiga (advogado, jornalista, professor e um dos mais prestigiados republicanos do Porto) proclamou a República.
Foi hasteada a bandeira vermelha e verde do Centro Democrático Federal 15 de Novembro (clube republicano do Porto) e os revoltosos foram cercados pela Guarda Municipal, que disparou sobre a multidão, contendo assim a revolta.
Apesar disso, no mesmo dia foi declarado o estado de sítio na cidade do Porto.
Todos os intervenientes foram presos e julgados, muitos dos quais condenados a penas de degredo em África.
A Revolta do Porto foi a primeira tentativa de implantação da República em Portugal, que apenas viria a ocorrer 19 anos mais tarde, a 5 de outubro de 1910, em Lisboa.
Crédito fotográfico: Câmara Municipal do Porto
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