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No dia 13 de fevereiro celebra-se o Dia Mundial da Rádio, um meio de comunicação que, ao longo de gerações, tem sido muito mais do que um mero transmissor de informação. Para muitos, nomeadamente para aqueles que cresceram a ouvir as suas emissões, a rádio é um amigo e uma janela para o mundo. Nas ERPI São Lázaro e Nossa Senhora da Misericórdia, quisemos assinalar esta data, dando voz a quem vive a rádio de uma maneira muito especial. Numa conversa descontraída, os nossos idosos partilharam o que este meio representa para eles e como continua a fazer parte das suas vidas.
Na ERPI Nossa Senhora da Misericórdia, a rádio é sinónimo de memórias e rotinas. "Adorava a parte dos 'Discos Pedidos' da Rádio Renascença!", recorda uma residente de 77 anos. Outro residente, de 88 anos, relembra como usava a rádio para descobrir novas músicas: "Sintonizava a BBC Londres para poder ouvir música estrangeira, que saudades". Para muitos, este meio de comunicação estava presente na sua vida profissional: "A minha companhia na minha loja era o rádio, estava sempre ligado de manhã à noite!", partilha um residente de 89 anos.
O papel da rádio enquanto fonte de informação também marcou várias gerações: "O rádio, infelizmente, foi substituído pela televisão. Quando era nova estava sempre ligado para termos notícias sobre a guerra do Ultramar! Estava sempre ligado de manhã à noite!", relembra uma residente de 86 anos. Mas, para alguns, continua a ser uma presença fiel: "Ainda hoje o rádio é a minha companhia. Está sempre ligado no meu quarto. Ainda adormeço com ele ligado e adoro! Só o desligo para ver a novela!", partilha uma residente de 88 anos. Já um centenário reflete sobre a sua longa relação com a rádio: "Tenho 100 anos, claro que o rádio fez parte da minha vida! Tenho pena de já não ouvir como dantes. Ouvia o relato, as músicas e as notícias. Agora os ouvidos já não são os mesmos e acabei por perder esse hábito! Tenho pena porque me fazia muita companhia!".
Na ERPI São Lázaro, a rádio é sinónimo de companhia, alegria e liberdade: "O rádio ajuda-me a passar o tempo", refere um residente de 73 anos. Para muitos, ouvir rádio é uma forma de se sentirem mais próximos dos outros. "Com a rádio há comunicação, há convívio e amizade. Sinto-me próxima de quem ouço", partilha uma residente de 65 anos. O impacto positivo estende-se também ao humor e à energia do dia a dia: "A rádio é muito importante porque faz-nos rir, acordar e até dançar", diz uma residente de 87 anos. Já um residente de 81 anos destaca o efeito que este meio tem na sua mente: "Gosto muito de ouvir rádio porque controla a minha mente". Para uma residente de 94 anos, a mobilidade da rádio é um fator essencial: "Porque é prático, posso ir com ele para todo o lado, dar música a quem quiser". E, mais do que tudo, resume uma senhora de 81 anos: "O rádio libertou-nos".
Sabia que as primeiras emissões de rádio em Portugal começaram há quase 100 anos? Desde então, a rádio tem-nos acompanhado com notícias, radionovelas e emocionantes relatos de futebol.
Importa lembrar que também teve um papel crucial no 25 de Abril: foi através dela que se ouviram as senhas que secretamente deram o sinal para a saída das tropas dos quartéis nessa madrugada. Às 22h55 do dia 24, "E Depois do Adeus" marcou o primeiro sinal, seguido, meia hora depois, de "Grândola Vila Morena", confirmando o início da liberdade.
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