Colégio de Nossa Senhora da Esperança: colocamos o coração em todos os nossos lugares - Notícias - Santa Casa da Misericórdia do Porto

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Colégio de Nossa Senhora da Esperança: colocamos o coração em todos os nossos lugares
⌚ 30.01.2024
Do antes ao agora

Este mês propomos uma visita a mais um dos nossos lugares mais emblemáticos.   

Recordamos como este espaço era no passado e revelamos como o podemos encontrar nos dias de hoje.    

O que mudou?    

Esta rubrica permite-lhe (re)descobrir a nossa história através do nosso património.    

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Colocamos o coração em todos os nossos lugares!  


ENTÃO... SERÁ QUE CONHECE A HISTÓRIA DO COLÉGIO DE NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA?  

Comece por ver o vídeo que preparamos "Do antes ao agora" deste nosso espaço único... 



"DE RECOLHIMENTO DE ÓRFÃS A COLÉGIO DE NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA. A 28 de agosto de 1718, faleceu na cidade do Porto o Padre Manuel de Passos Castro. E, em testamento, deixou à Misericórdia desta cidade um legado para que o remanescente da sua herança fosse usado de acordo com a vontade dos testamenteiros. Deste modo, os seus testamenteiros decidiram aplicá-lo na criação de um Recolhimento para meninas órfãs, pelo facto de ainda não existir nenhum na cidade e haver em outros lugares do Reino.

A 26 de agosto de 1722, o Provedor reuniu-se com os Conselheiros da Mesa e os mais Irmãos e foi aprovado por unanimidade que se fundasse o Recolhimento para Órfãs. A 2 de dezembro do mesmo ano deu entrada no cofre da Misericórdia do Porto o remanescente da herança de Manuel de Passos Castro, que avultava em 6.474.608 réis, entregues pelos testamenteiros.

Inicialmente, pensou-se nos Celeiros do Calvário Novo para instalar o Recolhimento, no entanto, por recusa do Paço, a sua concessão não foi cedida. A 26 de agosto de 1724, decidiu-se que a sua construção teria lugar no Campo de S. Lázaro, onde já se encontrava instalado o Hospital dos Lázaros. A pedido do Provedor foram concedidos 35 palmos de terra do terreiro, para melhor perfeição do edifício, e uma porção de água do aqueduto que passava naquele local, para prover às suas necessidades. A planta foi encomendada ao Mestre António Pereira que o Cabido tinha mandado vir de Lisboa para executar os desenhos das obras da Sé.

A edificação do Recolhimento de Órfãs teve início a 30 de setembro de 1724 e, nem um ano decorrido, o dinheiro que tinha sido disponibilizado para as obras já estava gasto, contando o edifício com pouco mais que os alicerces. A Misericórdia constatou que o remanescente da herança do Padre Passos Castro era manifestamente insuficiente para esta obra e, por isso, juntou-lhe outros fundos resultantes de outros legados, ofertas de autoridades civis e religiosas e as esmolas provenientes de peditórios realizados no Porto, em Vila Nova de Gaia e no Brasil.

 As obras eram dispendiosas e, por isso, a sua conclusão demorou, vindo a ocorrer em 1743. A construção da Igreja de Nossa Senhora da Esperança terminou a 17 de março de 1763. Contudo, em 1725, os primeiros estatutos da Instituição já se encontravam aprovados.

Em 13 de maio de 1838 é requerida à Câmara Municipal do Porto a respetiva licença e aprovação de uma planta destinada à continuação do edifício para o lado nascente. 

A entrada das primeiras órfãs no Recolhimento data de maio de 1731 e a primeira porcionista foi admitida no mês seguinte. Inicialmente, para serem admitidas, era condição obrigatória ser órfã pelo menos de pai e sempre preferidas as mais pobres e desamparadas. Contudo, em igual necessidade, as filhas dos nobres tinham preferência às dos oficiais, bem como as que fossem filhas de irmãos da Misericórdia às que não fossem. Se as igualdades subsistissem, era preferida a mais formosa. Também o serem naturais das freguesias da Sé, de S. Nicolau, da Vitória, de Miragaia e de Santo Ildefonso ou nelas morar há algum tempo. Serem descendentes de judeus, mouros ou pretos era motivo de exclusão. A idade de entrada seria entre os sete e os catorze anos e, nos estatutos de 1838, entre os sete e os doze. Também a idade limite de assistência alternou de vinte cinco anos, pelos estatutos de 1725, de dezoito, em 1826, e de vinte, por decisão de 1829. Para serem admitidas tinham que ser saudáveis, nem terem lesões ou deformidades. Porém, os critérios de seleção de órfãs evoluíram com os tempos. 

O Recolhimento também admitia porcionistas mediante o pagamento de determinadas entradas e anuidades, que variaram ao longo dos tempos. À luz dos primeiros estatutos, as porcionistas também deviam fazer prova de pureza de sangue e apresentar fiador. Não era obrigatório que fossem órfãs. Também se aceitavam viúvas ou casadas, quando os maridos estavam fora. 

Se alguma órfã, depois de ter sido recolhida, herdasse um montante significativo, teria que se tornar porcionista ou seria despedida. A admissão de porcionistas não prejudicava o objetivo principal deste Estabelecimento. Pelo contrário, revertia em vantagem e proveito porque, com as prestações pecuniárias das porcionistas, os rendimentos do Recolhimento aumentam e, desta forma, proporcionava-se a admissão das órfãs pobres.  

O número de órfãs recolhidas variou ao longo dos tempos. Apesar de, no século XIX, terem sido realizadas obras de ampliação e conservação, custeadas por benfeitores, era necessário controlar o número de meninas e a capacidade de resposta da Instituição.

De acordo com os primeiros estatutos, as órfãs e as porcionistas eram ensinadas para que pudessem ser mulheres de "criação perfeita" (educação religiosa, ler e escrever, serviços domésticos e lavores diversos). O número de horas dedicadas às orações era elevado, porque os princípios religiosos eram considerados fundamentais para a boa educação. O contacto com o exterior e a convivência interna eram controlados. As recolhidas que não cumprissem as regras definidas eram punidas com castigos.

Em conformidade com a circular normativa nº. 5/71, a Mesa, em sessão de 11 de janeiro de 1972, deliberou que o Recolhimento de Órfãs de Nossa Senhora da Esperança passasse a denominar-se Colégio de Nossa Senhora da Esperança.

A Misericórdia do Porto, em finais da década de 1970, arrendou uma parte do edifício do Colégio ao Ministério da Educação e da Cultura, onde passou a funcionar até 2002, de forma completamente independente, a Escola Secundária Cal Brandão. 

Com vista a uma melhoria das instalações físicas do Colégio, em 2010, foi inaugurado com a designação Edifício José Luís Novaes o antigo espaço da ex-escola Cal Brandão, para onde foi transferida uma parte substancial dos 10.º, 11.º e 12.º anos.

Em 1986, parte do edifício foi arrendado à Universidade Portucalense, cujo funcionamento permaneceu até 1999.

Por deliberação do Ministério da Educação, em 1989, foi concedida autonomia pedagógica ao Colégio de Nossa Senhora da Esperança.

Atualmente, o Colégio de Nossa Senhora da Esperança é um estabelecimento de ensino particular e cooperativo que se propõe promover a educação integral dos alunos. Contempla os setores de creche, infantil, ensino básico e secundário. Promove atividades que combinam o lado lúdico com a pedagogia consentânea à aprendizagem.

Este estabelecimento, para dar cumprimento aos objetivos a que se propõe, assume como instrumentos fundamentais o Regulamento Interno, o Projeto Educativo e o Plano Anual de Atividades". 


Fonte: Arquivo Histórico da Misericórdia do Porto 


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